“O maior Labirinto do mundo nasceu em Fontanellato de uma ideia de Franco Maria Ricci – editor, designer, colecionador de arte, bibliófilo – e de uma promessa que fez em 1977 ao escritor argentino Jorge Luis Borges, sempre fascinado pelo símbolo do labirinto também visto como uma metáfora da condição humana”. Essa é a frase de apresentação do empreendimento Labirinto della Masone, o qual tivemos o privilégio de visitar neste Outubro de 2015.
O empreendimento ocupa uma área de oito hectares e foi projetado pelos arquitetos Pier Carlo Bontempi (os edifícios) e Davide Dutto (o labirinto). Fontanellato, uma aldeia nos arredores de Parma, no norte da Itália, tem uma rica história e um grande patrimônio artístico, além de boa gastronomia.
Entre as três formas clássicas de Labirinto (cretense, romano e cristão), Ricci escolheu o romano, introduzindo algumas alterações. Dentro do Labirinto está uma capela, em forma de pirâmide, e uma praça para hospedar concertos, festas e exposições.
O Labirinto della Masone se apresenta como um local de cultura. Confere atenção especial à botânica. Contém um patrimônio cultural único graças à biblioteca e ao museu. Configura-se como um escritório aberto uma vez que hospeda a sede da editora Franco Maria Ricci. E não dispensa a gastronomia local e nacional, valorizada em espaços de alta qualidade.
Ricci descobriu sua paixão pelo bambu nos anos 80. Nesta época, plantou 20.000 mudas de 20 espécies diferentes, desde as menores às gigantes. Hoje são 200.000 pés. As mudas iniciais foram adquiridas na Bambouseraie d’Anduze, na França, uma vez que é uma planta pouco conhecida e pouco usada na Itália. O Labirinto é a demonstração viva de imensa potencialidade desta planta. O pavimento em parquet dos edifícios foi feito deste mesmo material para uma maior coerência do projeto.
O Museu hospeda a vasta coleção de arte de Ricci, com mais de 500 obras de pintura, escultura e objetos de arte, dos anos 1500 a 1900. A Biblioteca contém mais de 15.000 volumes de história da arte.
A Fundação Franco Maria Ricci foi estabelecida para atender a conservação dos livros e da coleção de arte de FMR, a promoção das atividades culturais do Labirinto e a restauração da paisagem.
Ao visitante do Labirinto a recepção entrega um mapa do mesmo. Com muita calma e uma caneta para ir marcando o caminho percorrido, conseguimos chegar ao final sem transtornos. Mas nos deparamos com pessoas que, mesmo com o mapa, perderam-se. Pressa e falta de atenção não combinam com Labirinto. Geram aborrecimento e angústia. Uma bela lição para a vida, amparada pela sombra do bambu.
Pedro Silvano Gunther